Era uma vez...O que estou aprendendo com o seriado Once upon a time

Para quem ainda não sabe eu amo contos de fadas, inclusive foi o tema que eu defendi no meu trabalho de conclusão da faculdade (TCC), “O sentido dos contadores de histórias para crianças hospitalizadas”.

Acredito que podemos aprender muito com os contos, reflexões e histórias que lemos na internet. Se nos faz refletir, nos faz mudar, crescer e evoluir como pessoas.

Inclusive mudei minha vida desde quando ouvi uma reflexão em 1997, vou deixar o link aqui : AINDA HÁ TEMPO.

Também confesso que não tenho paciência para assistir seriados em tempo real, tampouco para assistir TV. Mas depois que já está passando às vezes me permito alguns momentos de folga e distração para assistir.

Vamos lá, estou assistindo da primeira temporada e atualmente estou na quarta. O seriado mistura vida real com contos de fadas.

Desde o primeiro capítulo até o que estou vendo, já aconteceram muitas coisas, momentos tristes, alegres, momentos de aprendizados, evolução dos personagens.

E o melhor que depois que resolvem um problema grande, passa pouco tempo tudo em paz, tranquilo e lá vem novamente outro problema maior.

Muitas vezes parece que tudo irá acabar, que será o fim do mundo, que os problemas não tem solução, mas a história vai ocorrendo, as coisas vão ocorrendo e juntos conseguem achar a saída, a solução para aquele problema.

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O que quero dizer com isso? Acredito que viver é exatamente isso, enfrentar problemas, que eu gosto de chama-los de oportunidades, para crescer e desenvolver-me.

Cada dificuldade que enfrentamos vão nos tornando mais fortes, mais hábil, vai mostrando nossa capacidade, habilidade em lidar com as situações inusitadas e resolver problemas.

Muitas vezes escuto isso: “será que não terei paz”, “será que a vida é assim mesmo, cheia de questões e confusões”, “quando tudo estará sobre controle”, “me sinto frustrada, nunca tenho paz”, “tenho a sensação que é uma luta inglória”, “será que nunca vou não ter problemas”.

Pois é, viver é percorrer pelo caminho mais difícil, se fosse fácil seria tipo gelatina instantânea que fica pronta em 20 minutos... Viver vai muito mais além.

Tudo na vida é um pacote, um kit completo, quando optamos por algo que amamos muito, existe dentro desse algo, coisas que não gostamos nem um pouco, mas faz parte do pacote.

Ainda lembro-me de uma professora da faculdade, seu nome Inês, ela dizia que amava dar aulas, amava estudar, preparar aula, gostava de estar lá na frente da sala passando conhecimentos para nós, mas, odiava preparar provas, corrigir provar e avaliar alunos daquela forma, achava que tudo aquilo era perda de tempo, mas que fazia parte do pacote “professora” que ela tanto amava, ou seja, ela tinha que fazer as provas e corrigi-las.

Pergunto-te a vida não é assim? Existem coisas que você ama fazer e que vem no pacote coisas que não gosta ou que não desempenha tão bem?

Eu imagino que sim. Imagino que você vai se identificar com isso, pois acontece no trabalho, na faculdade, em casa ou em qualquer outro ambiente.

Bem vindo, está é a vida! É um constante estar atento, estar no momento presente, fazer o que tem que ser feito e executar coisas que não gosta ou não sabe muito bem. Porque tudo isso faz parte, como se fosse uma equipe, precisa ser executado.

Ou você não escova os dentes hoje, porque já escovou ontem? Também escuto muito isso, mas “tenho que fazer tudo isso de novo”, sim, “mas porque a vida tem que ser assim todos os dias problemas novos para serem resolvidos”.



Sabe por que tudo isso acontece? Por que temos todos os dias à oportunidade de fazer melhor, de aprender, de evoluir constantemente, só é possível se temos opções para aprender, com treino e prática.

Imagine se tudo fosse perfeito o tempo todo? Confesso que talvez seria chato demais, sem aventuras, sem descobertas, sem aprendizados...

Uma vez quando eu estava fazendo caminhada em uma praça perto de casa, eu ficava me perguntando “porque todos os dias tinha mulheres auxiliares de limpeza fazendo a junção de folhas na praça?”.

Essa pergunta ficou esquecida na minha cabeça, até que um dia, num belo feriado no meio da semana, as mulheres da limpeza não foram trabalhar, e foi nítido como a praça fica cheia de folhas espelhadas por todos os lados. Isso quer dizer que é importante esse trabalho de limpeza diário. Todos os dias.

Isso também me lembra sobre viver, sim viver é assim. Sorrir, chorar, preocupar-se com problemas, buscar soluções, aprender, resolver, enfrentar novas dificuldades, sorrir, alegrar-se, ficar triste, decepcionar-se, criar expectativas e viver tudo isso de novo.

Agora o mais interessante do seriado que tem tudo a ver com o meu trabalho de empoderamento feminino, é a personagem Emma, só consegue se ajudar e ajudar os outros quando acredita em si, acredita que é possível, só assim ela desenvolve seus dons com mágica e salva todos os outros.

O que isso tem a ver com o meu trabalho? Autoestima é isso, acreditar em si, no seu potencial e fazer valer a pena!


Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.

Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”. É ter humildade da receptividade.

Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz. E, quando você errar o caminho, recomece. Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.



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Gratidão
Beijocas
ઇઉ Sissa Geller
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Relacionamento a três (Eu + Você + Seu Filho = Nós)

Tudo estava perfeito, a conversa ideal, um homem gentil, que preencheu todos os requisitos reais e imaginários para ser o seu parceiro perfeito, vocês tem coisas em comum, mas ele tem algo a mais para o relacionamento de vocês.

Ele vem de uma separação, tem uma ex-mulher que é a mãe do filho dele e uma criança que muitas vezes ainda carrega os traumas dessa separação.

E agora? O que fazer? Como lidar com essa situação?

É preciso muito jogo de cintura e paciência para esperar que as coisas se acalmem e todos vão adaptando com a nova rotina.

É normal sentir ciúme dessa relação do pai com o filho, e até meio de escanteio, além de humana, você é a mulher que está também tendo que dividir o parceiro/namorado.

O quanto você ama estar com esse homem, o quanto essa relação é boa, quantos planos como casal você tem juntos?

Vale a pena superar todos esses obstáculos e seguir em frente porque o amor e o relacionamento valem a pena?

Como superar e manter o relacionamento feliz?




Segue abaixo algumas dicas:

UM – não queira ser a mãe da criança, ou seja, você deve tratar bem, mas assumir as responsabilidades da mãe fica complicado, afinal de contas a criança já tem uma mãe.

DOIS – evite impor a sua verdade, suas regras, seu jeito e criticar tanto a criança como tudo o que o pai/seu namorado faz por ele.

TRÊS – faça uma aproximação discreta com a criança, espere alguns meses até ter certeza de que ambos querem o relacionamento, para não confundir a cabeça da criança caso vocês decidam terminar.

QUATRO – lembre-se que seu namorado é pai em tempo integral, uma criança nunca “avisa” ou “faz de propósito” coisas como: ficar doente, precisar do pai em alguma emergência. Isso quer dizer que pode acontecer de planos, viagens ou qualquer outro combinado com o parceiro, tenha que ser adiado devido o filho ser prioridade para seu parceiro. Seja flexível enquanto a isso, é uma criança que precisa do pai.

CINCO – nunca, jamais fale mal da mãe da criança, muito menos na frente deles. Se não for possível conversarem como pessoas civilizadas, mantenha a distância, fica na sua, nunca se intrometa tanto das decisões da mãe como na do pai da criança, é um problema deles, deixe que eles decidam o que é melhor para o filho deles.

SEIS – nunca leve essas situações para o lado pessoal, ou acredite que a criança nunca vai gostar de você, ambos podem respeitar o espaço do outro, como criança é bem normal sentir ciúme do pai com outra pessoa que não é a mãe dele, respire fundo, e observe todas as coisas boas de viver esse relacionamento.

SETE – curta o seu momento, aproveite os dias em que o pai e filho estão curtindo seus momentos juntos e faça você programa com suas amigas, faça coisas que deseja fazer, cuide de você, faça cursos, estude, vá ao salão de beleza, faça qualquer coisa para aproveitar esse tempo livre.

OITO – quando estiver todos juntos, você o namorado e filho, faça de tudo para manter o ambiente agradável, seja você simpática e agradável como você é com todas as outras pessoas, todo esse momento é importante para que a criança sinta-se a vontade na companhia de ambos e não seja um ambiente aversivo.

NOVE – nunca queira disputar quem é mais importante na relação com a criança e o pai. Existe uma lei que diz que quem chega primeiro tem prioridade, ou seja, quando você conheceu o pai da criança, ela já existia. Ele ama o filho como filho e você como mulher e a namorada são duas coisas diferentes que não tem como comparar ou dar preferência.

DEZ – aproveite cada segundo de todos os momentos que vocês estão juntos como um casal e principalmente quando estão com o filho do parceiro.

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Gratidão
Beijocas

ઇઉ Sissa Geller
  



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Dicas de Comunicação Assertiva!

Tanto no mundo corporativo como nas nossas relações interpessoais a falta de comunicação ou a comunicação não assertiva, traz prejuízos, mal entendidos e até confusões.

Muitas vezes pensamos que o outro tem “bola de cristal” e consegue ler ou adivinhar nossos pensamentos, sentimentos e desejos.

Pior é quando imaginamos que eles conseguem ver tudo o que vemos, do jeito que estamos vendo.

Imagine a cena, aconteceu algo ruim, você chega a casa ou no trabalho triste e deseja que todos sintam a sua tristeza, que façam tudo para te alegrar com mimos e carinho. Isso não acontece! E você ainda fica chateada porque ninguém percebeu.

É muito comum isso acontecer no nosso dia a dia, falsas expectativas também, principalmente quando as coisas estão subentendidas.

Quantas vezes as pessoas dizem algo e você entende outra coisa ?

Quantas vezes você entendeu de outro jeito o que o outro disse, levando assim em brigas e discussões?

E no trabalho, você imaginando que estava fazendo um belo trabalho e quando entregou para seu líder não era nada daquilo...

Quantas vezes o mal entendido deixou você numa “saia justa”?

Para uma boa comunicação assertiva você precisa:

  ü  Saber exatamente o que você quer.

Exemplo: Eu quero um carro, HB20 vermelho, 4 portas, com travas e ar condicionado, air bag, direção hidráulica e ano 2017.

Dizer somente que você quer um carro, pode ser qualquer carro... E não o que você quer e espera ter.

  ü  Seja proativo, sempre buscando por soluções.

  ü  Seja assertiva, sempre comunicando de forma franca e sincera sem negar os direitos dos outros.

Ser grosseiro, não é ser assertivo!

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Seja assertiva usando frases como:

Eu sinto...

Eu acho...

Eu vejo...

Eu percebo...

  ü  Escute atentamente e faça perguntas para esclarecer o que entendeu, e fale novamente o que você entendeu para confirmar se está correto e é exatamente o que o outro quis dizer.

  ü  Sempre pergunte o por quê?

  ü  Questione-se sempre e principalmente se você ficou insegura ou com dúvidas.

  ü  Fale por si mesmo, diga não quando não desejar fazer algo ou quando não sentir-se a vontade para fazer.

Você pode justificar de uma forma simples e clara o porque do seu não e como você se sente.

Porém não sinta que você sempre deve ficar se justificando ou pedindo desculpas.

Diga não firme e calmamente, combine seu tom de voz com sua mensagem, imagem corporal. As vezes as pessoas dizem “sim” com a boca e dizem “não” com o corpo, você já percebeu isso?

Tenha contato visual, olhe nos olhos!

Agora se o outro insiste no pedido, você deve negociar e encontrar soluções possíveis. Sempre existe mais soluções quando saímos do problema.

Tipos de comunicação, com qual você se identifica mais?

Passivo: são pessoas que raramente se envolvem, geralmente tem vergonha, não confiam e nunca reclamam de nada.

Passivo-agressivo: são pessoas que evitam o conflito, não se manifestam, gostam de reclamar da situação pelas costas.

Agressivo: são as pessoas que tem a opinião forte e não tem medo de expressá-las.

Assertivo: são as pessoas que falam por si mesmas, usam da linguagem corporal, gostam de manter o contato visual e nunca tem medo de perguntar porque.

Teste sua assertividade clique AQUI

Beijocas
ઇઉ Sissa Geller
  


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Nunca sei o que quero!

Já aconteceu com você?

Quando seu cabelo estava curto, desejou que estivesse longo?

Quando estava claro, escureceu, quando escureceu desejou clarear?

Depois que fez a progressiva pensou em ter os cachos de volta?

Por que nós nunca estamos satisfeitas, felizes com o que temos no presente? E o que já é bom?

Quantas vezes você Mulher já viveu esses dilemas?

Quanto disso tudo é ansiedade?

Ansiedade é nunca estar vivendo o momento presente, sempre imaginando coisas no futuro, que muitas vezes nunca vão acontecer...

É desejar estar lá, e deixar de aproveitar aqui, agora, o que já é bom na realidade.

Quando se tem muitas opções de escolha então, além de ansiedade, junta com indecisão, não saber o que quer, como quer e o que fazer, também dificulta nas decisões de sua vida.

Quantas vezes você já viveu essas situações ou outras que te deixaram na indecisão ou na vontade de antecipar as coisas?

Tudo tem o seu tempo certo, quantas vezes você respeita o seu próprio tempo?

Imagine uma fruta verde que ainda não está madura, se você tira ela antes da hora da árvore, por mais que acelere o processo de maturação, ela não será tão boa, doce ou saborosa como seria se tivesse esperado o tempo correto.




Por que vivemos tanta ansiedade e não temos a paciência de esperar e de aproveitar o que já é bom no presente?

Vivemos momentos em que tudo é para ontem, tudo é instantâneo ou como se pudéssemos estralar os dedos.

Mas a vida não é assim. Tudo tem o seu fluxo, seu tempo, o seu momento.

Quantas oportunidades você já perdeu porque estava olhando para longe, fora, quando na verdade tinha algo muito bom perto de você?

Como superar a ansiedade e aproveitar esse momento já?

Respirar é o melhor remédio.

Observar ao seu redor, tudo que já é muito bom.

Paciência, em viver um dia por vez, com cada coisa em seu lugar.

Meditar será que eu preciso mesmo disso? Será que acreditar que posso ser mais feliz com isso é pura fantasia da ansiedade?

Parar esses pensamentos ou sentimentos ansiosos com alguma ação que faz você parar de pensar ansiosamente.
Ouvir uma música animada, várias vezes e quem sabe até dançar.

Aproveitar o momento, carpe diem!

A ansiedade é algo bom, ela existe para nos manter vivos, ou você quando atravessa a rua não faz questão de olhar para os lados?

Agora ansiedade demais, viver imaginando coisas que nunca vão acontecer, que são somente frutos da sua imaginação, não dá.

Pare esses pensamentos e momentos ansiosos, mude de pensamentos, pense em momentos felizes. 

Ouça uma música agitada, animada várias vezes, dance, cante, converse com outras pessoas sobre outras coisas.

Questione-se será que tudo isso que estou imaginando é somente fruto da ansiedade? Por que me preocupar então?

Respire, conte até 10, beba um copo de água, vá dar uma volta...


Reflexão:  Lenda Francesa
"Era uma vez uma viúva que tinha um filho chamado João. O menino era forte e são, mas não gostava de ir à escola e passava o tempo todo sonhando acordado.

- João, com o que você está sonhando a uma hora destas? - perguntava-lhe a professora.

- Estava pensando no que serei quando crescer - respondia ele.
- Seja paciente. Há muito tempo para pensar nisso. Depois de crescido, nem tudo é divertimento, sabe? - dizia ela.

Mas João tinha dificuldades para apreciar qualquer coisa que estivesse fazendo no momento, e ansiava sempre pela próxima.

No inverno, ansiava pelo retorno do verão; e no verão, sonhava com passeios de esqui e trenó, e com as fogueiras acesas durante o inverno. Na escola, ansiava pelo fim do dia, quando poderia voltar para casa; e nas noites de domingo, suspirava dizendo: "Se as férias chegassem logo!" O que mais o entretinha era brincar com a amiga Lise. Era companheira tão boa quanto qualquer menino, e a ansiedade de João não a afetava, ela não se ofendia. "Quando crescer, vou casar-me com ela", dizia João consigo mesmo. Costumava perder-se em caminhadas pela floresta, sonhando com o futuro. Ás vezes, deitava-se ao sol sobre o chão macio, com as mãos postas sob a cabeça, e ficava olhando o céu através das copas altas das árvores.

Uma tarde quente, quando estava quase caindo no sono, ouviu alguém chamando por ele. Abriu os olhos e sentou-se. Viu uma mulher idosa em pé à sua frente. Ela trazia na mão uma bola prateada, da qual pendia uma linha de seda dourada.

- Olhe o que tenho aqui, João - disse ela, oferecendo-lhe o objeto.

- O que é isso? - perguntou, curioso, tocando a fina linha dourada.

- E a linha da sua vida - retrucou a mulher.

- Não toque nela e o tempo passará normalmente. Mas se desejar que o tempo ande mais rápido, basta dar um leve puxão na linha e uma hora passará como se fosse um segundo. Mas devo avisá-lo: uma vez que a linha tenha sido puxada, não poderá ser colocada de volta dentro da bola. Ela desaparecerá como uma nuvem de fumaça. A bola é sua. Mas se aceitar meu presente, não conte para ninguém; senão, morrerá no mesmo dia. Agora diga, quer ficar com ela? João tomou-lhe das mãos o presente, satisfeito.

Era exatamente o que queria. Examinou-a. Era leve e sólida, feita de uma peça só. Havia apenas um furo de onde saía à linha brilhante. O menino colocou-a no bolso e foi correndo para casa. Lá chegando, depois de certificar-se da ausência da mãe, examinou-a outra vez. A linha parecia sair lentamente de dentro da bola, tão devagar que era difícil perceber o movimento a olho nu. Sentiu vontade de dar-lhe um rápido puxão, mas não teve coragem. Ainda não.

No dia seguinte na escola, João imaginava o que fazer com sua linha mágica. A professora o repreendeu por não se concentrar nos deveres. "Se ao menos", pensou ele, "fosse à hora de ir para casa!" Tateou a bola prateada no bolso. Se desse apenas um pequeno puxão, logo o dia chegaria ao fim. Cuidadosamente, pegou a linha e puxou. De repente, a professora mandou que todos arrumassem suas coisas e fossem embora, organizadamente. João ficou maravilhado. Correu sem parar até chegar a casa. Como a vida seria fácil agora!

Todos seus problemas haviam terminado. Dali em diante, passou a puxar a linha, só um pouco, todos os dias. Entretanto, logo se percebeu que era tolice puxar a linha apenas um pouco todos os dias. Se desse um puxão mais forte, o período escolar estaria concluído de uma vez.

Ora, poderia aprender uma profissão e casar-se com Lise. Naquela noite, então, deu um forte puxão na linha, e acordou na manhã seguinte como aprendiz de um carpinteiro da cidade.

João adorou sua nova vida, subindo em telhados e andaimes, erguendo e colocando a marteladas enormes vigas que ainda exalavam o perfume da floresta. Mas às vezes, quando o dia do pagamento demorava a chegar, dava um pequeno puxão na linha e logo a semana terminava, já era a noite de sexta-feira e ele tinha dinheiro no bolso.

Lise também se mudara para a cidade e morava com a tia, que lhe ensinava os afazeres do lar. João começou a ficar impaciente acerca do dia em que se casariam. Era difícil viver tão perto e tão longe dela, ao mesmo tempo. Perguntou-lhe, então, quando poderiam se casar.

- No próximo ano - disse ela. - Eu já terei aprendido a ser uma boa esposa. João tocou com os dedos a bola prateada no bolso.

- Ora, o tempo vai passar bem rápido - disse, com muita certeza. Naquela noite, não conseguiu dormir. Passou o tempo todo agitado, virando de um lado para outro na cama. Tirou a bola mágica que estava debaixo do travesseiro. Hesitou um instante; logo a impaciência o dominou, e ele puxou a linha dourada. Pela manhã, descobriu que o ano já havia passado e que Lise concordara afinal com o casamento.

João sentiu-se realmente feliz. Mas antes que o casamento pudesse realizar-se, recebeu uma carta com aspecto de documento oficial. Abriu-a, trêmulo, e leu a notícia de que deveria apresentar-se ao quartel do exército na semana seguinte para servir por dois anos. Mostrou-a, desesperado, para Lise.

- Ora - disse ela -, não há o que temer, basta-nos esperar. Mas o tempo passará rápido, você vai ver. Há tanto o que preparar para nossa vida a dois!

João sorriu com galhardia, mas sabia que dois anos duraria uma eternidade para passar. Quando já se acostumara à vida no quartel, entretanto, começou a achar que não era tão ruim assim. Gostava de estar com os outros rapazes, e as tarefas não eram tão árduas a princípio. Lembrou-se da mulher aconselhando-o a usar a linha mágica com sabedoria e evitou usá-la por algum tempo.

Mas logo tornou a sentir-se irrequieto. A vida no exército o entediava com tarefas de rotina e rígida disciplina. Começou a puxar a linha para acelerar o andamento da semana a fim de que chegasse logo o domingo, ou o dia da sua folga. E assim se passaram os dois anos, como se fosse um sonho.

Terminado o serviço militar, João decidiu não mais puxar a linha, exceto por uma necessidade absoluta. Afinal, era a melhor época da sua vida, conforme todos lhe diziam. Não queria que acabasse tão rápido assim. Mas ele deu um ou dois pequenos puxões na linha, só para antecipar um pouco o dia do casamento. Tinha muita vontade de contar para Lise seu segredo; mas sabia que se contasse, morreria.

No dia do casamento, todos estavam felizes, inclusive João. Ele mal podia esperar para mostrar-lhe a casa que construíra para ela. Durante a festa, lançou um rápido olhar para a mãe. Percebeu, pela primeira vez, que o cabelo dela estava ficando grisalho. Envelhecera rapidamente. João sentiu uma pontada de culpa por ter puxado a linha com tanta frequência.

Dali em diante, seria muito mais parcimonioso com seu uso, e se a puxaria se fosse estritamente necessário. Alguns meses mais tarde, Lise anunciou que estava esperando um filho. João ficou entusiasmadíssimo, e mal podia esperar. Quando o bebê nasceu, ele achou que não iria querer mais nada na vida.

Mas sempre que o bebê adoecia ou passava uma noite em claro chorando, ele puxava a linha um pouquinho para que o bebê tornasse a ficar saudável e alegre. Os tempos andavam difíceis. Os negócios iam mal e chegara ao poder um governo que mantinha o povo sob forte  e pesados impostos, e não tolerava oposição. Quem quer que fosse tido como agitador era preso sem julgamento, e um simples boato bastava para se condenar um homem.

João sempre fora conhecido por dizer o que pensava, e logo foi preso e jogado numa cadeia. Por sorte, trazia a bola mágica consigo e deu um forte puxão na linha. As paredes da prisão se dissolveram diante dos seus olhos e os inimigos foram arremessados à distância numa enorme explosão.

Era a guerra que se insinuava, mas que logo acabou, como uma tempestade de verão, deixando o rastro de uma paz exaurida. João viu-se de volta ao lar com a família. Mas era agora um homem de meia-idade. Durante algum tempo, a vida correu sem percalços, e João sentia-se relativamente satisfeito.

Um dia, olhou para a bola mágica e surpreendeu-se ao ver que a linha passara da cor dourada para a prateada. Foi olhar-se no espelho. Seu cabelo começava a ficar grisalho e seu rosto apresentava rugas onde nem se podia imaginá-las.

Sentiu um medo súbito e decidiu usar a linha com mais cuidado ainda do que antes. Lise dera-lhe outros filhos e ele parecia feliz como chefe da família que crescia. Seu modo imponente de ser fazia as pessoas pensarem que ele era algum tipo de déspota benevolente. Possuía um ar de autoridade como se tivesse nas mãos o destino de todos.

Mantinha a bola mágica bem escondida, resguardada dos olhos curiosos dos filhos, sabendo que se alguém a descobrisse,  seria fatal. Cada vez tinha mais filhos, de modo que a casa foi ficando muito cheia de gente. Precisava ampliá-la, mas não contava com o dinheiro necessário para a obra.

Tinha outras preocupações, também. A mãe estava ficando idosa e parecia mais cansada com o passar dos dias. Não adiantava puxar a linha da bola mágica, pois isto sé aceleraria a chegada da morte para ela. De repente, ela faleceu, e João, parado diante do túmulo, pensou como a vida passara tão rápido, mesmo sem fazer uso da linha mágica.

Uma noite, deitado na cama, sem conseguir dormir, pensando nas suas preocupações, achou que a vida seria bem melhor se todos os filhos já estivessem crescidos e com carreiras encaminhadas. Deu um fortíssimo puxão na linha, e acordou no dia seguinte vendo que os filhos já não estavam mais em casa, pois tinham arranjado empregos em diferentes cantos do país, e que ele e a mulher estavam sós.

Seu cabelo estava quase todo branco e doíam-lhe as costas e as pernas quando subia uma escada ou os braços quando levantava uma viga mais pesada. Lise também envelhecera, e estava quase sempre doente. Ele não aguentava vê-la sofrer, de tal forma que lançava mão da linha mágica cada vez mais frequentemente.
Mas bastava ser resolvido um problema, e já outro surgia em seu lugar. Pensou que talvez a vida melhorasse se ele se aposentasse. Assim, não teria que continuar subindo nos edifícios em obras, sujeito a lufadas de vento, e poderia cuidar de Lise sempre que ela adoecesse. O problema era a falta de dinheiro suficiente para sobreviver.

Pegou a bola mágica, então, e ficou olhando. Para seu espanto viu que a linha não era mais prateada, mas cinza, e perdera o brilho. Decidiu ir para a floresta dar um passeio e pensar melhor em tudo aquilo. Já fazia muito tempo que não ia àquela parte da floresta. Os pequenos arbustos haviam crescido, transformando-se em árvores frondosas, e foi difícil encontrar o caminho que costumava percorrer.

Acabou chegando a um banco no meio de uma clareira. Sentou-se para descansar e caiu em sono leve. Foi despertado por uma voz que o chamava pelo nome: " João! João!" Abriu os olhos e viu a mulher que encontrara havia tantos anos e que lhe dera a bola prateada com a linha dourada mágica. Aparentava a mesma idade que tinha no dia em questão, exatamente igual. Ela sorriu para ele.
 - E então, João, sua vida foi boa? - perguntou.

- Não estou bem certo - disse ele. - Sua bola mágica é maravilhosa. Jamais tive que suportar qualquer sofrimento ou esperar por qualquer coisa em minha vida. Mas tudo foi tão rápido. Sinto como se não tivesse tido tempo de apreender tudo que se passou comigo; nem as coisas boas, nem as ruins. E agora falta tão pouco tempo! Não ouso mais puxar a linha, pois isto só anteciparia minha morte. Acho que seu presente não me trouxe sorte.

- Mas que falta de gratidão! - disse a mulher - Como você gostaria que as coisas fossem diferentes?

- Talvez se você tivesse me dado outra bola, que eu pudesse puxar a linha para fora e para dentro também. Talvez, então, eu pudesse reviver as coisas ruins.     A mulher riu-se. - Está pedindo muito! Você acha que Deus nos permite viver nossas vidas mais de uma vez? Mas posso conceder-lhe um último desejo, seu tolo exigente.
- Qual? - perguntou ele. - Escolha - disse ela. João pensou bastante. Depois de um bom tempo, disse:

- Eu gostaria de tornar a viver minha vida, como se fosse à primeira vez, mas sem sua bola mágica. Assim poderei experimentar as coisas ruins da mesma forma que as boas sem encurtar sua duração, e pelo menos minha vida não passará tão rápido e não perderá o sentido como um devaneio.

- Assim seja - disse a mulher. - Devolva-me a bola. Ela esticou a mão e João entregou-lhe a bola prateada.

Em seguida, ele se recostou e fechou os olhos, exausto. Quando acordou, estava na cama. Sua jovem mãe se debruçava sobre ele, tentando acordá-lo carinhosamente.

- Acorde João. Não vá chegar atrasado à escola. Você estava dormindo como uma pedra!

Ele olhou para ela, surpreso e aliviado. Tive um sonho horrível, mãe. Sonhei que estava velho e doente e que minha vida passara como num piscar de olhos sem que eu sequer tivesse algo para contar. Nem ao menos algumas lembranças.

A mãe riu-se e fez que não com a cabeça. Isso nunca vai acontecer disse ela. As lembranças são algo que todos temos, mesmo quando velhos. Agora, ande logo, vá se vestir. A Lise está esperando por você, não deixe que se atrase por sua causa.

A caminho da escola em companhia da amiga, ele observou que estavam em pleno verão e que fazia uma linda manhã, uma daquelas em que era ótimo estar vivendo. 

Em poucos minutos, estariam encontrando os amigos e colegas, e mesmo a perspectiva de enfrentar algumas aulas não parecia tão ruim assim. “Na verdade, ele mal podia esperar.” (desconheço autoria)

Beijocas

ઇઉ Sissa Geller

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