Nunca sei o que quero!

Já aconteceu com você?

Quando seu cabelo estava curto, desejou que estivesse longo?

Quando estava claro, escureceu, quando escureceu desejou clarear?

Depois que fez a progressiva pensou em ter os cachos de volta?

Por que nós nunca estamos satisfeitas, felizes com o que temos no presente? E o que já é bom?

Quantas vezes você Mulher já viveu esses dilemas?

Quanto disso tudo é ansiedade?

Ansiedade é nunca estar vivendo o momento presente, sempre imaginando coisas no futuro, que muitas vezes nunca vão acontecer...

É desejar estar lá, e deixar de aproveitar aqui, agora, o que já é bom na realidade.

Quando se tem muitas opções de escolha então, além de ansiedade, junta com indecisão, não saber o que quer, como quer e o que fazer, também dificulta nas decisões de sua vida.

Quantas vezes você já viveu essas situações ou outras que te deixaram na indecisão ou na vontade de antecipar as coisas?

Tudo tem o seu tempo certo, quantas vezes você respeita o seu próprio tempo?

Imagine uma fruta verde que ainda não está madura, se você tira ela antes da hora da árvore, por mais que acelere o processo de maturação, ela não será tão boa, doce ou saborosa como seria se tivesse esperado o tempo correto.




Por que vivemos tanta ansiedade e não temos a paciência de esperar e de aproveitar o que já é bom no presente?

Vivemos momentos em que tudo é para ontem, tudo é instantâneo ou como se pudéssemos estralar os dedos.

Mas a vida não é assim. Tudo tem o seu fluxo, seu tempo, o seu momento.

Quantas oportunidades você já perdeu porque estava olhando para longe, fora, quando na verdade tinha algo muito bom perto de você?

Como superar a ansiedade e aproveitar esse momento já?

Respirar é o melhor remédio.

Observar ao seu redor, tudo que já é muito bom.

Paciência, em viver um dia por vez, com cada coisa em seu lugar.

Meditar será que eu preciso mesmo disso? Será que acreditar que posso ser mais feliz com isso é pura fantasia da ansiedade?

Parar esses pensamentos ou sentimentos ansiosos com alguma ação que faz você parar de pensar ansiosamente.
Ouvir uma música animada, várias vezes e quem sabe até dançar.

Aproveitar o momento, carpe diem!

A ansiedade é algo bom, ela existe para nos manter vivos, ou você quando atravessa a rua não faz questão de olhar para os lados?

Agora ansiedade demais, viver imaginando coisas que nunca vão acontecer, que são somente frutos da sua imaginação, não dá.

Pare esses pensamentos e momentos ansiosos, mude de pensamentos, pense em momentos felizes. 

Ouça uma música agitada, animada várias vezes, dance, cante, converse com outras pessoas sobre outras coisas.

Questione-se será que tudo isso que estou imaginando é somente fruto da ansiedade? Por que me preocupar então?

Respire, conte até 10, beba um copo de água, vá dar uma volta...


Reflexão:  Lenda Francesa
"Era uma vez uma viúva que tinha um filho chamado João. O menino era forte e são, mas não gostava de ir à escola e passava o tempo todo sonhando acordado.

- João, com o que você está sonhando a uma hora destas? - perguntava-lhe a professora.

- Estava pensando no que serei quando crescer - respondia ele.
- Seja paciente. Há muito tempo para pensar nisso. Depois de crescido, nem tudo é divertimento, sabe? - dizia ela.

Mas João tinha dificuldades para apreciar qualquer coisa que estivesse fazendo no momento, e ansiava sempre pela próxima.

No inverno, ansiava pelo retorno do verão; e no verão, sonhava com passeios de esqui e trenó, e com as fogueiras acesas durante o inverno. Na escola, ansiava pelo fim do dia, quando poderia voltar para casa; e nas noites de domingo, suspirava dizendo: "Se as férias chegassem logo!" O que mais o entretinha era brincar com a amiga Lise. Era companheira tão boa quanto qualquer menino, e a ansiedade de João não a afetava, ela não se ofendia. "Quando crescer, vou casar-me com ela", dizia João consigo mesmo. Costumava perder-se em caminhadas pela floresta, sonhando com o futuro. Ás vezes, deitava-se ao sol sobre o chão macio, com as mãos postas sob a cabeça, e ficava olhando o céu através das copas altas das árvores.

Uma tarde quente, quando estava quase caindo no sono, ouviu alguém chamando por ele. Abriu os olhos e sentou-se. Viu uma mulher idosa em pé à sua frente. Ela trazia na mão uma bola prateada, da qual pendia uma linha de seda dourada.

- Olhe o que tenho aqui, João - disse ela, oferecendo-lhe o objeto.

- O que é isso? - perguntou, curioso, tocando a fina linha dourada.

- E a linha da sua vida - retrucou a mulher.

- Não toque nela e o tempo passará normalmente. Mas se desejar que o tempo ande mais rápido, basta dar um leve puxão na linha e uma hora passará como se fosse um segundo. Mas devo avisá-lo: uma vez que a linha tenha sido puxada, não poderá ser colocada de volta dentro da bola. Ela desaparecerá como uma nuvem de fumaça. A bola é sua. Mas se aceitar meu presente, não conte para ninguém; senão, morrerá no mesmo dia. Agora diga, quer ficar com ela? João tomou-lhe das mãos o presente, satisfeito.

Era exatamente o que queria. Examinou-a. Era leve e sólida, feita de uma peça só. Havia apenas um furo de onde saía à linha brilhante. O menino colocou-a no bolso e foi correndo para casa. Lá chegando, depois de certificar-se da ausência da mãe, examinou-a outra vez. A linha parecia sair lentamente de dentro da bola, tão devagar que era difícil perceber o movimento a olho nu. Sentiu vontade de dar-lhe um rápido puxão, mas não teve coragem. Ainda não.

No dia seguinte na escola, João imaginava o que fazer com sua linha mágica. A professora o repreendeu por não se concentrar nos deveres. "Se ao menos", pensou ele, "fosse à hora de ir para casa!" Tateou a bola prateada no bolso. Se desse apenas um pequeno puxão, logo o dia chegaria ao fim. Cuidadosamente, pegou a linha e puxou. De repente, a professora mandou que todos arrumassem suas coisas e fossem embora, organizadamente. João ficou maravilhado. Correu sem parar até chegar a casa. Como a vida seria fácil agora!

Todos seus problemas haviam terminado. Dali em diante, passou a puxar a linha, só um pouco, todos os dias. Entretanto, logo se percebeu que era tolice puxar a linha apenas um pouco todos os dias. Se desse um puxão mais forte, o período escolar estaria concluído de uma vez.

Ora, poderia aprender uma profissão e casar-se com Lise. Naquela noite, então, deu um forte puxão na linha, e acordou na manhã seguinte como aprendiz de um carpinteiro da cidade.

João adorou sua nova vida, subindo em telhados e andaimes, erguendo e colocando a marteladas enormes vigas que ainda exalavam o perfume da floresta. Mas às vezes, quando o dia do pagamento demorava a chegar, dava um pequeno puxão na linha e logo a semana terminava, já era a noite de sexta-feira e ele tinha dinheiro no bolso.

Lise também se mudara para a cidade e morava com a tia, que lhe ensinava os afazeres do lar. João começou a ficar impaciente acerca do dia em que se casariam. Era difícil viver tão perto e tão longe dela, ao mesmo tempo. Perguntou-lhe, então, quando poderiam se casar.

- No próximo ano - disse ela. - Eu já terei aprendido a ser uma boa esposa. João tocou com os dedos a bola prateada no bolso.

- Ora, o tempo vai passar bem rápido - disse, com muita certeza. Naquela noite, não conseguiu dormir. Passou o tempo todo agitado, virando de um lado para outro na cama. Tirou a bola mágica que estava debaixo do travesseiro. Hesitou um instante; logo a impaciência o dominou, e ele puxou a linha dourada. Pela manhã, descobriu que o ano já havia passado e que Lise concordara afinal com o casamento.

João sentiu-se realmente feliz. Mas antes que o casamento pudesse realizar-se, recebeu uma carta com aspecto de documento oficial. Abriu-a, trêmulo, e leu a notícia de que deveria apresentar-se ao quartel do exército na semana seguinte para servir por dois anos. Mostrou-a, desesperado, para Lise.

- Ora - disse ela -, não há o que temer, basta-nos esperar. Mas o tempo passará rápido, você vai ver. Há tanto o que preparar para nossa vida a dois!

João sorriu com galhardia, mas sabia que dois anos duraria uma eternidade para passar. Quando já se acostumara à vida no quartel, entretanto, começou a achar que não era tão ruim assim. Gostava de estar com os outros rapazes, e as tarefas não eram tão árduas a princípio. Lembrou-se da mulher aconselhando-o a usar a linha mágica com sabedoria e evitou usá-la por algum tempo.

Mas logo tornou a sentir-se irrequieto. A vida no exército o entediava com tarefas de rotina e rígida disciplina. Começou a puxar a linha para acelerar o andamento da semana a fim de que chegasse logo o domingo, ou o dia da sua folga. E assim se passaram os dois anos, como se fosse um sonho.

Terminado o serviço militar, João decidiu não mais puxar a linha, exceto por uma necessidade absoluta. Afinal, era a melhor época da sua vida, conforme todos lhe diziam. Não queria que acabasse tão rápido assim. Mas ele deu um ou dois pequenos puxões na linha, só para antecipar um pouco o dia do casamento. Tinha muita vontade de contar para Lise seu segredo; mas sabia que se contasse, morreria.

No dia do casamento, todos estavam felizes, inclusive João. Ele mal podia esperar para mostrar-lhe a casa que construíra para ela. Durante a festa, lançou um rápido olhar para a mãe. Percebeu, pela primeira vez, que o cabelo dela estava ficando grisalho. Envelhecera rapidamente. João sentiu uma pontada de culpa por ter puxado a linha com tanta frequência.

Dali em diante, seria muito mais parcimonioso com seu uso, e se a puxaria se fosse estritamente necessário. Alguns meses mais tarde, Lise anunciou que estava esperando um filho. João ficou entusiasmadíssimo, e mal podia esperar. Quando o bebê nasceu, ele achou que não iria querer mais nada na vida.

Mas sempre que o bebê adoecia ou passava uma noite em claro chorando, ele puxava a linha um pouquinho para que o bebê tornasse a ficar saudável e alegre. Os tempos andavam difíceis. Os negócios iam mal e chegara ao poder um governo que mantinha o povo sob forte  e pesados impostos, e não tolerava oposição. Quem quer que fosse tido como agitador era preso sem julgamento, e um simples boato bastava para se condenar um homem.

João sempre fora conhecido por dizer o que pensava, e logo foi preso e jogado numa cadeia. Por sorte, trazia a bola mágica consigo e deu um forte puxão na linha. As paredes da prisão se dissolveram diante dos seus olhos e os inimigos foram arremessados à distância numa enorme explosão.

Era a guerra que se insinuava, mas que logo acabou, como uma tempestade de verão, deixando o rastro de uma paz exaurida. João viu-se de volta ao lar com a família. Mas era agora um homem de meia-idade. Durante algum tempo, a vida correu sem percalços, e João sentia-se relativamente satisfeito.

Um dia, olhou para a bola mágica e surpreendeu-se ao ver que a linha passara da cor dourada para a prateada. Foi olhar-se no espelho. Seu cabelo começava a ficar grisalho e seu rosto apresentava rugas onde nem se podia imaginá-las.

Sentiu um medo súbito e decidiu usar a linha com mais cuidado ainda do que antes. Lise dera-lhe outros filhos e ele parecia feliz como chefe da família que crescia. Seu modo imponente de ser fazia as pessoas pensarem que ele era algum tipo de déspota benevolente. Possuía um ar de autoridade como se tivesse nas mãos o destino de todos.

Mantinha a bola mágica bem escondida, resguardada dos olhos curiosos dos filhos, sabendo que se alguém a descobrisse,  seria fatal. Cada vez tinha mais filhos, de modo que a casa foi ficando muito cheia de gente. Precisava ampliá-la, mas não contava com o dinheiro necessário para a obra.

Tinha outras preocupações, também. A mãe estava ficando idosa e parecia mais cansada com o passar dos dias. Não adiantava puxar a linha da bola mágica, pois isto sé aceleraria a chegada da morte para ela. De repente, ela faleceu, e João, parado diante do túmulo, pensou como a vida passara tão rápido, mesmo sem fazer uso da linha mágica.

Uma noite, deitado na cama, sem conseguir dormir, pensando nas suas preocupações, achou que a vida seria bem melhor se todos os filhos já estivessem crescidos e com carreiras encaminhadas. Deu um fortíssimo puxão na linha, e acordou no dia seguinte vendo que os filhos já não estavam mais em casa, pois tinham arranjado empregos em diferentes cantos do país, e que ele e a mulher estavam sós.

Seu cabelo estava quase todo branco e doíam-lhe as costas e as pernas quando subia uma escada ou os braços quando levantava uma viga mais pesada. Lise também envelhecera, e estava quase sempre doente. Ele não aguentava vê-la sofrer, de tal forma que lançava mão da linha mágica cada vez mais frequentemente.
Mas bastava ser resolvido um problema, e já outro surgia em seu lugar. Pensou que talvez a vida melhorasse se ele se aposentasse. Assim, não teria que continuar subindo nos edifícios em obras, sujeito a lufadas de vento, e poderia cuidar de Lise sempre que ela adoecesse. O problema era a falta de dinheiro suficiente para sobreviver.

Pegou a bola mágica, então, e ficou olhando. Para seu espanto viu que a linha não era mais prateada, mas cinza, e perdera o brilho. Decidiu ir para a floresta dar um passeio e pensar melhor em tudo aquilo. Já fazia muito tempo que não ia àquela parte da floresta. Os pequenos arbustos haviam crescido, transformando-se em árvores frondosas, e foi difícil encontrar o caminho que costumava percorrer.

Acabou chegando a um banco no meio de uma clareira. Sentou-se para descansar e caiu em sono leve. Foi despertado por uma voz que o chamava pelo nome: " João! João!" Abriu os olhos e viu a mulher que encontrara havia tantos anos e que lhe dera a bola prateada com a linha dourada mágica. Aparentava a mesma idade que tinha no dia em questão, exatamente igual. Ela sorriu para ele.
 - E então, João, sua vida foi boa? - perguntou.

- Não estou bem certo - disse ele. - Sua bola mágica é maravilhosa. Jamais tive que suportar qualquer sofrimento ou esperar por qualquer coisa em minha vida. Mas tudo foi tão rápido. Sinto como se não tivesse tido tempo de apreender tudo que se passou comigo; nem as coisas boas, nem as ruins. E agora falta tão pouco tempo! Não ouso mais puxar a linha, pois isto só anteciparia minha morte. Acho que seu presente não me trouxe sorte.

- Mas que falta de gratidão! - disse a mulher - Como você gostaria que as coisas fossem diferentes?

- Talvez se você tivesse me dado outra bola, que eu pudesse puxar a linha para fora e para dentro também. Talvez, então, eu pudesse reviver as coisas ruins.     A mulher riu-se. - Está pedindo muito! Você acha que Deus nos permite viver nossas vidas mais de uma vez? Mas posso conceder-lhe um último desejo, seu tolo exigente.
- Qual? - perguntou ele. - Escolha - disse ela. João pensou bastante. Depois de um bom tempo, disse:

- Eu gostaria de tornar a viver minha vida, como se fosse à primeira vez, mas sem sua bola mágica. Assim poderei experimentar as coisas ruins da mesma forma que as boas sem encurtar sua duração, e pelo menos minha vida não passará tão rápido e não perderá o sentido como um devaneio.

- Assim seja - disse a mulher. - Devolva-me a bola. Ela esticou a mão e João entregou-lhe a bola prateada.

Em seguida, ele se recostou e fechou os olhos, exausto. Quando acordou, estava na cama. Sua jovem mãe se debruçava sobre ele, tentando acordá-lo carinhosamente.

- Acorde João. Não vá chegar atrasado à escola. Você estava dormindo como uma pedra!

Ele olhou para ela, surpreso e aliviado. Tive um sonho horrível, mãe. Sonhei que estava velho e doente e que minha vida passara como num piscar de olhos sem que eu sequer tivesse algo para contar. Nem ao menos algumas lembranças.

A mãe riu-se e fez que não com a cabeça. Isso nunca vai acontecer disse ela. As lembranças são algo que todos temos, mesmo quando velhos. Agora, ande logo, vá se vestir. A Lise está esperando por você, não deixe que se atrase por sua causa.

A caminho da escola em companhia da amiga, ele observou que estavam em pleno verão e que fazia uma linda manhã, uma daquelas em que era ótimo estar vivendo. 

Em poucos minutos, estariam encontrando os amigos e colegas, e mesmo a perspectiva de enfrentar algumas aulas não parecia tão ruim assim. “Na verdade, ele mal podia esperar.” (desconheço autoria)

Beijocas

ઇઉ Sissa Geller

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