Vivemos num mundo onde além das
cobranças externas, precisamos lidar com as nossas próprias cobranças.
Escuto muito: “Mas o que os
outros vão pensar?”.
Tenho que fazer isso, tenho que
fazer aquilo, agora é preciso fazer mais esse?
Vivemos rodeados de cobranças o
tempo todo. Será que percebemos essas cobranças, que estamos conscientes e
deixamos pra lá?
A sociedade tem um peso muito
grande na nossa vida, quando se é criança, temos que escolher a profissão que
vamos exercer pro resto das nossas vidas, quando somos adolescentes quando virá
o primeiro namorado...
Depois quando vamos nos casar,
logo depois quando virá o primeiro filho e o segundo e aí por diante.
Se estiver magra, as pessoas
ficam te cobrando quando irá engordar, que está com cara de doente, pálida... Acha-se
que você está gorda, ficam esperando quando você irá emagrecer para agradar aos
desejos dos outros. Ainda escuta piadinhas, olha a boca hein...
Ainda somos julgados o tempo
todo em relação ao que a mídia quer que você seja e como você realmente quer
ser.
Muitas vezes só queremos ter
algo para satisfazer o ego dos outros porque está na moda, é como se não
tivéssemos mais nossos próprios desejos, devemos seguir o coletivo...
Os jovens passam por uma
cobrança muito forte em relação ao vestibular, são os pais, os primos, os tios,
tanta gente que passou e você ainda no cursinho pré-vestibular...
São coisas que parecem
inofensivas, mas só parecem porque no fundo no fundo, são extremamente tóxicas.
Como: “você estudou em escola
particular, tem que passar”, “eu já gastei muito com você”, “todos na minha
família já fizeram curso público”, “você deve fazer tudo que nós seus pais
mandam, afinal somos bem experientes”.
Ou: “filha minha não nasceu
para namorar qualquer um”, “namorar só depois de se formar”, “primeiro consiga
um trabalho que te pague bem para ser dona de si”.
E ainda: “corta esse cabelo
porque está feio”, “você não vai parar de comer?”, “você precisa ser o
exemplo!”, “só use roupas que todos nos achamos que são boas para você”, “não
saia com essas pessoas, não gostamos dos seus amigos”.
São cobranças infinitas, nos gerando
a sensação que sempre estamos “fora do padrão”. Vai nos deixando com um peso de
inadequação. Gerando mais desespero por não ser o que esperam de nós.
Onde fica nosso poder de
escolha?
Onde fica nosso poder de decidir o que é melhor para nós e arcar com as consequências dos erros e acertos?
Onde fica nosso gosto, de
decidir que marca eu quero comprar, se quero comprar uma marca x ou sem marca
alguma.
A pressão vai minando nosso
ser, deixando nossa autoestima enfraquecida. Muitas vezes fazemos mil coisas
para agradar aos outros. Ou deixamos de fazer justamente para agradar.
E vamos nos aborrecendo por
dentro, vamos criando e cultivando uma sensação de impotência, de não sei mais
quem eu sou.
Vai trazendo uma insegurança
que faz você não ter certeza de fazer coisas simples, porque se questiona o
tempo todo, “se eu errar”, “se eu não fizer como querem”, “se eu não conseguir”,
o que os outros vão pensar de mim?
Você passa a maior parte do seu
tempo gastando sua energia e disposição ocupada e preocupada com o que os
outros vão pensar.
E deixa de ser você mesma. Seja
você, assuma seus gostos, seu jeito de ser. Assuma suas tatuagens, mostre se
tiver vontade de mostrar. Assuma seu batom vermelho fogo e deixem que falem o
que quiserem falar.
Assuma sua roupa justa, ou
solta no seu corpo. Não use salto só porque dizem que é melhor, assuma uma
sapatilha, foque em estar bem consigo mesma.
Seja a sua melhor versão, autêntica,
com erros, acertos e tudo que você acredita que tem direito.
Em relação ao que os outros vão
pensar, amasse como se fosse um papel e jogue no lixo. Esqueça.
Respire fundo, conte a até dez e esqueça!
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Gratidão
Beijocas
ઇઉ Sissa Geller
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