Onde nasce a carência afetiva?
Você conhece alguém e poucos
dias depois já está “fall in love” amo esse termo em inglês, ao pé da letra,
seria cair de amor, ou estar apaixonada. Ele tem uma voz doce, é gentil, abre a
porta do carro para você e faz questão de pagar a conta do barzinho, foram
gestos que conquistaram seu coração.
Quem nunca viveu isso? Só que
não é bem assim, você acorda pensando no rapaz, passa o dia desconectado do
mundo, do trabalho, dos amigos, só pensando no rapaz.
E pouco tempo depois o que era
para virar amor, virou decepção, ele não se apaixonou por você e muitas vezes
ele saiu à francesa, sem dizer adeus.
O primeiro pensamento e
sentimento são: “eu sou feia, eu sou burra, preciso engordar, preciso
emagrecer, preciso de mil coisas para ele gostar de mim, eu não sou boa o
suficiente”.
É a dor da frustração por não
ser aceita, amada e querida pelo outro. Quantas vezes nós mulheres já passamos
por isso e sempre nos julgamos culpadas? Resposta: Milhares de vezes!
Reforçando assim as crenças de
desamor, são elas: “eu sou incapaz de ser amada”, “eu não sou gostável”, “eu
não sou desejável”, “eu não sou atraente”, “eu não sou querida” e “eu com
certeza vou ficar sozinha”...
Tudo isso ocorre devido o
ambiente em que vivemos na nossa infância e adolescência, ele não foi reforçado
devidamente pelos nossos pais.
Geralmente as mães acabam dando
mais colo e atenção para o filho, ela dá colo, fala com jeito com ele, dá
atenção, abraço, carinho, aperta, dá beijo, suprindo para ele a necessidade de
afeto, sentir-se seguro e amado.
Afeto, segundo o dicionário
online Michaelis, “Sentimento de afeição ou inclinação por alguém; amizade,
paixão, simpatia. Ligação carinhosa em relação a alguém ou a algo; querença. PSICOLOGIA: Expressão
de sentimento ou emoção como, por exemplo, amizade, amor, ódio, paixão
etc.: “O mundo lhe parecia vazio de afeto e de amor”. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/afeto/
Já as meninas muitas vezes tem
um pai ausente, mesmo presente, parece difícil, mas é fácil explicar, homens
acabam ficando mais distante das filhas, devido ao trabalho, às vezes viagens,
eles acabam não dando toda essa atenção que as mães dão para os filhos.
Essa atenção cheia de carinho faz
toda a diferença promovendo nos filhos segurança, autoestima, autonomia e
estabilidade emocional. Quando as meninas não tem esse tipo de cuidado do pai,
quando cresce ela se apega emocionalmente a primeira pessoa que dá atenção para
ela e sofre quando essa atenção acaba.
Essa falta de carinho, atenção e
cuidados pode gerar falta de autoconfiança e dificuldades para enfrentar as diversidades
da vida, inclusive nas relações com as outras pessoas.
Dificuldades de comportamento
são apresentadas por pessoas que teve um pai presente ou não, mas que não deu a
devida atenção (colo, carinho, abraços e etc.) que a criança precisava.
Gerando sentimentos de
abandono, rejeição, culpa, inadequação e dificuldades de relacionar-se com os
outros.
Pais que protegem demais os
filhos ou são autoritários também geram sentimentos em relação a nunca confiar
em si, não saber fazer as coisas sozinhos, ou esperam por ordens, deixando de
ser proativos.
Estar junto não quer dizer que
está ali presente, se você passa o dia trabalhando sem ver o seu filho e quando
chega a casa continua trabalhando enquanto ele brinca em um canto, e você
pensa: “eu estou com ele”. Não, não está!!
Estou falando de tempo de
qualidade, você da a sua atenção, sem estar mexendo no celular, respondendo
e-mails, ou resolvendo outros problemas.
Dar atenção, carinho, fazer a
brincadeira que ela/ele quer, sugerir a brincadeira. Você não precisa fazer
isso por duas ou três horas, se você der tempo de qualidade e estiver realmente
para o seu filho por quinze minutos por dia já é suficiente. Olhar nos olhos,
abraçar, dar risadas...
As crianças se comportam de
formas a chamar a atenção justamente porque desejam ser ouvidas, vistas e
amadas. Com gestos de carinho, atenção e amor.
Essas ações e comportamentos
dos pais geram filhas mais fortes para enfrentar a vida adulta. A superar
dificuldades. A ter autoconfiança. A entender que quando uma pessoa não gosta
dela, não quer dizer que é o fim do mundo ou que o problema é dela,
simplesmente ela não é o que outro gosta.
Afinal nem todo mundo gosta de
bolo de chocolate, tem gente que gosta de bolo de milho, bolo coco. Exatamente quando
uma roupa não fica bem no nosso corpo, não quer dizer que meu corpo é horrível,
simplesmente aquele modelo não é para mim.
Quando você mulher encontrar
alguém que te ama e valoriza pelo que você é, com certeza vai saber. Mas para
isso você em primeiro lugar precisa se valorizar. Se amar!
Toda vez que você está com
alguém e fica “pisando em ovos”, fazendo dietas malucas porque se engordar ele
não vai te amar, faz tudo para agradar o outro, ou percebe que sem esse homem
não pode ser feliz, quer dizer que você tem uma falha de afeto lá longe no seu
desenvolvimento.
A culpa não é sua mulher! Mas já
que não dá para voltar atrás e fazer tudo diferente. O que você pode fazer
agora?
Como se amar e se aceitar podem
dar certo?
Quais são os seus valores?
Quais são seus pontos
positivos? E os seus pontos a desenvolver? Afinal de contas ninguém é uma obra
acabada! Sempre temos onde melhorar, ainda bem.
Quais são as coisas que você
pode mudar? Alimentação, atividade física, autocuidados...
Quais são as coisas que você
não pode mudar e não depende de você? Se está encanada nelas é frustração na
certa! 10 x 0 para frustração.
Quais são os seus sucessos? E o
que você está aprendendo com as perdas?
Qual é seu ponto forte no seu
corpo? Aquele mesmo que quando você olha no espelho dá até um sorriso...
Quais são as suas neuras? Coloque-as
num papel e veja o que pode mudar e o que não pode.
DICA DE LIVRO: Como Curar
Feridas Emocionais, autor Guy Winch.
Reflexão: Águia
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Gratidão
Beijocas
ઇઉ Sissa Geller|Silvana Souza de Sá