Quem nunca ouviu essa pergunta
depois dos 30 anos?
A vida parece mais um álbum de
figuras e não é da copa que ocorre de 4 em 4 anos. Você deve colar todas as
“figurinhas” das coisas que você já fez e quer fazer. Mas a sensação que passa
é que você “tem que” seguir algumas
etapas com data e hora marcada. Exatamente como a escala de desenvolvimento das
crianças que vão ao pediatra.
É preciso fazer x coisas com x
meses, estar dentro da faixa de “normalidade”. Agora eu te pergunto o que é normal?
As meninas que ainda casam-se aos 8 anos na Índia ou as mulheres que escolheram
estudar, trabalhar, conquistar seu próprio dinheiro, dirigir seu carro, viajar
sozinha ou com amigos ou morar sozinha?
Diz-me o que está de errado
nesta história? Imagino que Renato Russo estava certo: “Nos deram espelhos e
vimos um mundo doente, tentei chorar e não consegui...”.
“Eu fiquei triste, quando ouvi que estava ficando para titia, deu uma
sensação de vazio, de diferente, por que não sou igual a tanta gente”,
quando eu ouvi esse tipo de fala, confesso que não me importei, eu no auge dos
meus 37 anos, solteira, sem filhos vivendo uma história que eu não imaginei
quando tinha 16 anos.
Aos 16 eu imaginava que casaria
aos 26 anos, teria o primeiro filho aos 28, o segundo aos 30 e pasmem o
terceiro aos 32! Ainda bem que tantas coisas aconteceram bem diferentes do que
eu planejava aos 16 anos. Ufa!!! Talvez eu teria sido muito feliz com essa família de como manda o figuro... Mas confesso que eu também sou muito feliz hoje, como sou.
Não tenho nada contra o
casamento, conheço muita gente que é casada e feliz, que tem filhos e feliz,
que vive um casamento de sonhos, outros só vivem de aparências, conheço gente
que é casado e não tem filhos humanos, mas tem cachorros ou gatos. Também tem
um montão de gente que mora só, mas nunca está sozinho, e decidiu não casar e
também é muito feliz.
Cada um sabe o tamanho da sua
felicidade ou não, pelo menos tenta, mas não é só feliz quem segue o fluxo ou
as regras da sociedade, também não está escrito em nenhum lugar que você é obrigado,
que deve seguir uma fila e fazer o mesmo sem questionar ou buscar a sua
felicidade.
Confesso que não escuto essa
pergunta com frequência se eu não vou casar e querer ter filhos, geralmente
acontece mais em grandes eventos em família que vai aparecendo a nova geração
casada e com filhos.
Somos a história que vamos
construindo desde o nosso nascimento, falo muito isso pra explicar como se
constrói a autoestima, ela nasce e cresce desde a infância, com todas as
experiências que vivemos, boas, ruis, com os adultos, com os medos e
superações.
Talvez mesmo sem querer os
adultos acabe se comportando de um jeito e dizendo outras coisas e nos vamos sentindo
meio que abandonados, fracassados ou não amados. Foi exatamente assim que
percebi a irmã do “Auggie Pullman” no filme Extraordinário. Não foi por
intensão dos pais, mas toda a atenção estava no filho que nasceu com uma
questão rara que transforma seu rosto.
Quem nunca se sentiu sozinho
bem no meio da multidão? Solidão, abandono, rejeição, tristeza e tantas outras
palavras e emoções, talvez a gente nunca se dessa conta do que estávamos
sentindo, pensando, mas acabava demonstrando essas emoções em comportamentos,
agressivos, isolamento, foco em algo tipo estudar muito, trabalhar demais.
Muitas vezes a gente não se dá
conta de todos os pensamentos que passam pela nossa cabeça, quando alguém
pergunta: “E você ainda não casou? Está ficando velha, o tempo está passando
pra você, logo não poderá ter mais filhos”.
Não nós damos por si, quando
estamos rodeados de gente casada e com filhos, tipo perdido no meio do mar, sem
coletes salvas vidas, sem saber nadar e rodeada por tubarões. Talvez seja essa
a sensação!
Não sabemos lidar com isso
ainda, porque estamos presos a crenças de que devemos seguir “regras”, afinal
de contas vivemos em sociedade, mas será que devemos seguir todas as regras?
Sentimos mal, por não ter
casado, por não ter filhos, por não saber responder essa pergunta, por ser
diferente dos outros que estão perguntando e ouvindo. Essa é mesmo uma maldita
comparação, ficamos nos comparando com os outros, com o que eles são, mesmo
sabendo que cada um trilha um caminho diferente. Cada escolha faz uma renúncia,
só temos duas mãos e para segurar uma terceira coisa devemos abrir mão de uma
das duas que já seguramos.
Crescer implica justamente
isso, lidar com as responsabilidades da vida que não temos quando crianças
deixaram lá no passado as coisas de criança.
É ruim lidar com algo que
literalmente não somos preparados para enfrentar, sair da fila, não ir pelo
caminho já percorrido pelos outros, para de seguir “o mestre”, ou seja, lá quem
for.
Sabe aquele discurso: porque na
minha família todo mundo é assim, casou cedo, tiveram dois filhos, todo mundo
sofre de dor no estômago, ou sei lá o que.
Porque eu tenho que ser como na
minha família, porque eu tenho que ser como meus amigos? Se nem meus dedos das
mãos ou dos pés são iguais!
Porque eu tenho que fazer as
coisas que não quero só pra ser aceito? Só pra ser chamado na festinha das
crianças, afinal de contas só vai em festa de crianças pessoas que tem filhos!?
Algumas pessoas são excluídas dos
seus antigos ciclos de amizades porque não tem o estado civil: “casado” e
filhos.
Bate aquela sensação de
fracasso, não estou atingindo as expectativas dos outros. Sou do contra. Como
se eu fosse incapaz de amar ou ser amado. Bate tão fundo essas sensações que
chega a doer de verdade. Dor real.
Parece que eu nunca vou ser
amado, que não mereço amor, é isso não casei porque não sou digno de ser amado
e amar. Mesmo que eu faça coisas brilhantes em outras áreas se eu não casar é
como se eu estivesse passando um atestado, não fui escolhida, sobrei (triste).
Deixando a certeza de que
estamos mais perdidos que cegos em tiroteio ou como peixes fora d’água, vamos
sufocando por dentro, parece que o mundo é cruel e isso tudo vai reforçando as
nossas certezas, fracassamos em algum momento da nossa vida.
“Sou fracassada”, “Ninguém
gosta de mim”, “Não sou digna de ser amada”, “Talvez só quando alguém me amar
de verdade”, “Bate uma vontade forte de chorar”, “Sumir da cena e aparecer em
outro lugar”.
Parece o fim do posso, que vai
gerando mais angústia, bate uma irritação como se você estive correndo dentro
de areia movediça.
O medo de ficar só e não ter
vivido uma vida inteira imaginada, sonhada e reforça com os contos de fadas.
E aí eu te pergunto, mas você é feliz? “Perguntam se já formou, se
já casou, se já tem filhos? Como se a vida fosse uma lista de compras. Ninguém
pergunta se você é feliz?”
É justamente isso que eu desejo
que todos os dias você escreva 3 coisas das quais foi feliz naquele dia, faça
uma lista! Desejo que a intensidade da sua lista seja viver cada dia como se
fosse ontem e Faça a sua vida valer a pena!
“Para as coisas importantes,
nunca é tarde demais, ou no meu caso, muito cedo, para sermos quem queremos.
Não há um limite de tempo, comece quando quiser. Você pode mudar ou não. Não há
regras. Podemos fazer o melhor ou o pior. Espero que você faça o melhor. Espero
que veja as coisas que a assustam. Espero que sinta coisas que nunca sentiu
antes. Espero que conheça pessoas com diferentes opiniões. Espero que viva uma
vida da qual se orgulhe. Se você achar que não tem, espero que tenha a força
para começar novamente.” O Curioso Caso de Benjamin Button.
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Gratidão
Beijocas
ઇઉ Sissa Geller|Silvana Souza de
Sá