O lado bom de ter tido Enxaqueca!

Em fevereiro de 2008 comecei a ter crises de enxaqueca, era algo surreal, eu não conseguia ver direito, tinha enjoos, zero de concentração, vontade de ficar trancada do meu quarto escuro sem ouvir nada.

Eu estava ainda comemorando o final de longos 5 anos de faculdade e dificuldades. Durante esses 5 anos puxados eu dormia mais ou menos 4 horas por noite, comia em cima do computador quando chegava em casa fazendo trabalhos, não tinha tempo de viajar, eu trabalhava em uma escala de 6x1 e passava mais de 6 horas no transito de São Paulo.

O primeiro neurologista ignorou tudo isso, dizia que não tinha cura e que eu teria que conviver com a enxaqueca, passou um remédio sem grandes perspectivas.

Não me contentei com esse diagnóstico médico e fui buscar uma segunda opinião. Foi exatamente aí que encontrei o Dr. Flávio Augusto Sekeff Sallem, ele pediu novos exames. Quando os resultados chegaram ele disse que eu não tinha nada biológico, mas que era exaustão, estresse e emocional.

Como eu já fazia psicoterapia desde 2004, ele pediu pra eu continuar, além da medicação controlada, ele recomendou academia, imagine eu na academia, confesso que nunca fui fã. Hoje muitos anos depois já confesso que tenho até vontade de quem sabe me matricular... rs.

Eram consultas de 2 em 2 meses, mesmo já passado alguns meses o remédio ainda não tinha feito aquele efeito que eu tanto desejava, viver sem dor. E ele o Dr. Sempre reforçando seu pedido, cada consulta era uma atividade nova, faz natação, faz isso, faz aquilo, até que um dia, ele disse a palavra mágica, faça dança, na hora eu lembrei que dancei jazz dos 11 aos 14 anos e eu gostava muito de dançar.

Sempre gostei de dançar, nas baladas da vida eu nunca precisava beber pra me soltar, amava sair pra dançar, sempre acreditei que recarregava a bateria rs.

Também me lembrei de um filme, Dança Comigo,  eu também como o Richard Gere, passava em frente a uma escola de dança, mas nunca entrava, eu não tinha tempo, foi na época da faculdade, eu sempre pensava um dia, um dia eu ainda danço a dança do ventre.

E esse dia chegou, teve uma pressão básica, eu estava perdendo peso, e eu que já era magrela, perder peso era algo assustador, eu precisava fazer alguma coisa. Achei uma academia de danças na internet e lá fui em março de 2009, eu sentia que era a pessoa mais magrela e feia do mundo...


Menos de 3 meses depois de começar a dançar, dança do ventre, fazer yoga, pilates, dança cigana e depois flamenco, era quase todos os dias na academia... Eu ainda era bancária, saia cedo do banco e tinha tempo pra dançar. Foi exatamente assim que o remédio começou a fazer efeito, a enxaqueca foi diminuindo, e o estresse foi passando, eu confesso que eu também já estava insatisfeita com o meu trabalho, eu tinha um sonho na cartola, não viver nossos sonhos vai mimando nossas forças, vai entristecendo a gente.

Daí pra frente cada vez mais meus gráficos de dor iam diminuindo, o desmame do remédio foi planejado e eu estava cada vez mais feliz.

"Quando você dança, seu propósito não é chegar a determinado lugar. É aproveitar cada passo do caminho." Wayne Dyer

Ganhei amigas da dança (socialização), hoje apelidadas carinhosamente como bellyfriends. A gente dava risada, a gente contava histórias engraçadas, a gente brigava por coreografia, a gente se apresentava a gente saia pra outros lugares.

Ganhei autoestima renovada, era muita mulher de todos os biótipos, tinha espelhos gigantes na sala, eu estava entrando em contato com o meu corpo, não visto por mim todos aqueles anos anteriores.

Ganhei massa muscular, foram 10 cm de um ano pro outro, as medidas iam ficando interessante eu cada vez mais feliz com a dança, com meu corpo e minha autoestima subindo no topo!

Ganhei noites bem dormidas, sem insônia, sem estresse a vida fluía como tinha que ser.

Ganhei autonomia do meu corpo, na dança a gente vai mexendo partes por partes do corpo, descobri que não conhecia meu corpo e que ele não me obedecia sem treino e dedicação.

Ganhei a superação de ficar bem depois de um término de namoro, a dança preenchia a minha vida, meu corpo e minha alma, estava renovando a minha autoestima.


Ganhei melhor postura corporal, a gente vai aprendendo a andar direito, a sentar e tratar nosso corpo com carinho.

Ganhei melhor visual ao me maquiar, sim aprendemos a fazer a nossa própria maquiagem para as apresentações.

Ganhei superação dos limites, geralmente quando começa a coreografia de fim de ano, dá um frio, da medo dos passos, “será que vou dar conta”, e no final eu consigo decorar, dançar e aprender um montão de coisas novas.

Continuo ganhando amigas na dança, sempre pessoas alto astrais, gente boa, gente que ajuda a gente.

Eu tive que para por uns anos de dançar, a gente faz escolhas, eu precisava começar a investir no meu sonho, em 2015 pedi demissão do CLT, eu já não era mais tão feliz, eu amava o que eu fazia, mas não me sentia valorizada, eu tinha tanto a oferecer e isso me deixava triste.

Depois de alguns longos anos sem dançar, eu voltei, a dança sempre dançava dentro de mim, eu tinha vontade de sair dançando, eu sonhava que estava dançando.

Segue alguns benefícios da dança:
Ajuda você a fazer novos amigos. Elimina o estresse. Aumenta a autoestima. Turbina a capacidade sanguínea. Melhora a flexibilidade. Tonifica os músculos. Exercita o equilíbrio. Melhora a respiração. Corrige a postura. Ajuda a eliminar peso. Sensação de bem-estar. Estimula o raciocínio.

"Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!"
Fernando Sabino

Super dica de filme: O lado bom da vida!

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Gratidão
Beijocas
ઇઉ Sissa Geller|Silvana Souza de Sá

  


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