Autoestima é a forma como você se enxerga, em relação aos seus valores, suas crenças (coisas em que você acredita), suas qualidades, capacidades, vitórias, conquistas, aprendizados, potencial. Isso é adquirido através da tentativa e erro. Quanto mais você faz algo, mais fácil e prático fica para você, isso vai te dando experiência e senso de capacidade. Elevando assim a sua autoestima.
Gosto de dizer que autoestima é o
quanto você acredita em si mesmo, no seu potencial, o quanto gosta de você com
os seus defeitos e qualidades e o quanto se respeita e faz ser respeitado pelos
outros. Lembrando que toda vez que você diz sim querendo dizer e faz algo só para
agradar o outro, você não está se respeitando.
Ela a autoestima, vai sendo
construída desde a infância, através das experiências que vamos vivendo e
colecionando, superações, aprendizados e joelhos ralados. Assim se os pais
permitirem. Criança que são superprotegidas pelos pais, vão viver bem menos
experiências.
Uma coisa que pode parecer
simples para você hoje na fase adulta, como amarrar o cadarço, mas talvez para
algumas pessoas é um transtorno até hoje, quem não consegue amarrar os cadarços
pode sentir-se incapaz ou inútil por teoricamente não conseguir fazer uma coisa
que parece boba para muitos e para outros um transtorno de tão difícil.
Certamente você fez ou ainda faz
várias atividades para o seu filho, para agilizar a sua vida, o seu dia, visto
que ele parece “lerdo”, “lento”, “incapaz”, “preguiçoso”, “desajeitado”, (rótulos
que nós vamos dando para as crianças sem perceber, que viram crenças
complicadas na fase adulta), o que você não percebe é que você não está
facilitando a sua vida, tampouco a do seu filho.
Você está privando-o de aprender
situações, fazer enfrentamentos que vão gerar nele experiências e segurança
para uma vida adulta, porque depois dos 18 anos, ele não vai contar com você
para fazer as coisas que ele não consegue. Porque ao invés dele agir, sempre
tinha um adulto fazendo o que ele deveria fazer.
Imagina a cena, ele lá no
trabalho dele não conseguindo fazer algo e você para tudo e vai lá para
executar o trabalho que é de responsabilidade dele... Não dá né.
Pois é, toda vez que você amarra
o cadarço, toda vez que você coloca comida na boca do seu filho quando ele já
tem idade suficiente para fazer isso sozinho, dá banho, troca de roupa, faz as
lições da escola por ele. Tudo isso porque tem pressa ou não quer que ele sofra
com os erros.
Você está tirando dele a
capacidade de aprender, de se fortalecer para desafios que serão mais difíceis.
Essa é a mágica dos problemas, toda vez que você resolve um problema de
matemática ou da vida, você adquire ferramentas, conhecimentos e aprendizados
que te deixam mais fortalecido, para quando aparecer algo igual ou mais difícil.
Quando você evita que seu filho faça coisas básicas ele não adquire ferramentas
para lidar com as coisas básicas da vida, ou seja, pare de fazer por ele coisas
que ele precisa desenvolver-se.
Toda vez que você faz algo pelo
outro, ele vai ter a sensação, percepção que não é capaz, que é tudo tão
difícil e muitas vezes não vai nem arriscar a fazer mesmo errando e aprendendo,
vai esperar por você.
Mas e quando for a hora dele
fazer uma entrevista de trabalho? Você vai lá também fazer a entrevista por
ele?
A autoestima vai sendo formada
toda vez que ele consegue amarrar os cadarços, mesmo que seja mal amarrado,
mesmo que seja de outro jeito que você faz, ele vai sentindo-se cada vez mais
seguro e vai aprender mesmo como amarrar.
Vai aprender a ter senso de
responsabilidade quando perceber que ele não fez as atividades da escola e foi
chamado a atenção da professora, vai ficar mais esperto e vai fazer da próxima
vez, mesmo contendo erros, até mesmo porque ele não tem que acertar tudo, deve
aprender como fazer (literalmente zoando o português) “fazendo”.
Tudo que é novo, tudo que
diferente e desconhecido tende a deixar a gente ansioso, com medo, mas é o ato
de fazer, de enfrentar as situações novas e diferentes da vida, que faz com que
tanto a ansiedade com o medo vai reduzindo e vamos adquirindo coragem e
experiências.
Precisamos dar pequenas
autonomias e independência para as crianças conforme a idade dela, essa independência
não é financeira, mas é de atitudes, é nesse momento que elaa vão
internalizando regras, valores, responsabilidades, isso vai ajudar na vida
adulta.
Sim, crianças que não tiveram
isso, adolescentes e até adultos mais de 18 anos, e tiveram somente pais que faziam ou ainda fazem
tudo por eles, geralmente tem questões de baixa autoestima, sentem que são
incapazes, com dificuldades de relacionamento interpessoal ou de fazer um
simples deslocamento de ônibus ou metrô pela cidade, sentem-se inseguros e
tendem a fugir das situações que com certeza deixaram eles mais fortes e preparados
pra viver a vida adulta.
Nesta fase já adultos buscam por
terapia e estão extremamente frustrados, sem saber lidar com coisas que parecem
ser básicas e fáceis, porém pra eles não é. E quando qualquer coisa dá errado,
ou não acontece como esperam, muitas vezes são tomados pela ansiedade, não
sabem esperar o tempo das coisas, já acham que não servem para nada, que tudo
na vida é difícil demais.
Sem entender que tudo tem tempo e
processo na vida, como por exemplo, ninguém fica grávida hoje e já tem o bebê
no dia seguinte, precisa esperar por nove meses.
Muitas vezes os pais que falam: “eu
vou dar tudo o que eu tive para o meu filho”, não percebe que está criando nele
um senso de ansiedade, dificuldade de esperar e de lutar, trabalhar, fazer as
coisas darem certo. Um filho que tem um iphone 15 quebrado em um dia, que não faz ideia
de quanto o pai pagou, já recebe um novo no dia seguinte, igual ou melhor no dia seguinte, não
sabe o que é juntar dinheiro, mês por mês pra comprar um novo, ele não vai dar
valor, “se quebrar meu pai dá outro melhor”.
Eu sempre falo que a vida não
fica mais fácil com a psicoterapia, nós é que ficamos mais fortalecidos para
lidar com a vida, esse deve ser o papel dos pais, criar os filhos para ser
independente e viver a sua vida sem depender ou estar grudados nos pais, mas
por medo de perder os filhos os pais acabam se rendendo aos filhos que se
tornam reis e tudo podem.
Quando aprendemos a lidar com as
coisas da vida não precisamos empurrar uma carroça com roda “quadrada”, é assim
que pessoas com dificuldades para fazer coisas que para nós parece simples e
para elas é um monstro gigante vê a vida.
Tarefas simples que casa criança
dentro da sua idade pode executar.
1 – 3 Anos |
4 – 5 Anos |
6 – 8 Anos |
9 – 11
Anos |
12 – 14
Anos |
Guardar
brinquedos e livros |
Arrumar a
cama |
Lavar e
guardar louça |
Preparar
lanches rápidos |
Limpar
banheiro |
Tirar o
prato da mesa |
Ajudar a
separar o lixo |
Pôr e
tirar a mesa |
Limpar
móveis e armários |
Passar
pano no chão |
Guardar
sapatos |
Guardar
roupas |
varrer |
Trocar
roupa de cama |
Cuidar de
plantas |
Colocar a
roupa suja no cesto |
Guardar
parte da louça |
Dobrar
roupas |
Cuidar de
animais |
Preparar
pequenas refeições |
Tirar a
própria roupa |
Separar o
lixo |
Pendurar
roupa no varal de chão |
Fazer
lista de mercado |
Separar
contas a pagar |
Pôr
guardanapo na mesa |
Regar
plantas |
Lavar
calçada |
Ajudar no
preparo do jantar/almoço |
Fazer
compras rápidas perto de casa |
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Silvana Souza de Sá é Psicóloga
Clínica|Sexóloga
CRP 06/90506
www.sissageller.com.br / @sissagellerpsi
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Miguel/Tatuapé-SP e Online
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