Vivemos em um mundo capitalista, onde o avanço da tecnologia e das redes sociais fica mais evidente o quanto somos reforçados que é mais importante TER algo do que SER alguém.
Tal qual sabemos que o carro está
relacionado para alguns homens como símbolo de poder e status, como para algumas
mulheres o uso de salto alto, bolsas de marcas milionárias e maquiagens caríssimas.
Eu sempre falo disto quando menciono
sobre AUTOESTIMA, quando “usamos” coisas externas para aumentar a nossa autoestima,
percebemos que não temos autoestima elevado quando estamos sem essas
coisas/objetivos externos. Ou seja, não estamos trabalhando ou aumentando a nossa
autoestima com bem material. A autoestima é trabalhada de dentro para fora de
preferência em sessões de psicoterapia com autoconhecimento.
Quando você desce do carro, o
poder vai embora, quando você tira o salto ou a maquiagem também. O correto é trabalhar a sua autoestima de
dentro para fora reconhecendo suas qualidades, defeitos, vitórias, conquistas e
superações. Ao ponto que você consegue sentir-se bem dentro e fora do seu
carro, com ou sem salto, ou com outros objetos que acredita que te trazem “o
poder”.
Muitas vezes acreditamos que
todas as coisas que nos dão poder, fazem com que a gente se sinta melhor,
superior aos outros. O que as pessoas não entendem é, poder não é ser uma
pessoa arrogante, intimidadora, abusiva, arbitrária ou manipuladora, que faz
tudo o que quer, invalidando os outros e acreditando que é dono do mundo, acreditando
que por te “poder” não precisa seguir regras mesmo convivendo numa sociedade,
que necessita de regras para uma melhor convivência de todos.
Um Porsche é um carro esportivo de
alta velocidade, sim está fortemente ligado ao símbolo de poder e status, um
homem munido da sua Porsche pode achar que é o rei do mundo, tem todo o poder que quiser. Qual é o homem que não
sonha em dirigir um carro desse porte e sentir-se o rei do mundo?
Independente da marca do carro e
da sua velocidade, qualquer pessoa com uma CNH e está no controle da direção de
um carro não tem “poder” para fazer o que quiser, sair correndo por aí. Matando
ou atropelando pessoas como se não houvesse amanhã.
Quanto mais “poder”, você
acredita que pode fazer o que você quer, do jeito que quer, na hora que der na
sua “telha”, na verdade é muito mais RESPONSABILIDADE.
Essa confusão de achar que é
poder, posso e faço o que quero, não faz muitas pessoas entenderem que no
fundo, no fundo, é responsabilidade, para ter habilidade, consciência para
lidar com tudo que está abaixo de você, por exemplo em um cargo de diretor.
Os pais muitas vezes quando
sente-se culpados por trabalhar demais e ter pouco tempo de qualidade com os filhos
acabam dando pra eles uma noção de mundo que tudo pode e tudo que eles quiserem
é possível. Eles inclusive acabam tirando a responsabilidade de lidar com as
pequenas coisas da vida. Deixando-os “aleijados” no sentindo de buscar se
esforçar para viver a vida, inclusive no entendimento que todas as suas
escolhas podem levar a consequências, e que é preciso ser responsável pelas coisas
boas e ruins que fazemos ao longo da nossa vida.
Escolhas geram renúncias, muitas vezes
os filhos não fazem ideia dessas renúncias e consequências. A vida não é um
jogo de vídeo game que os personagens morrem e voltam na próxima partida!
Esse não aprendizado de como
funciona a vida no mundo real, faz com que as crianças/adolescentes e até
adultos não trabalhem a sua autoestima, pois crescem acreditando que são os
“reis” do mundo, e não são. Quando fazem coisas erradas e os pais passam a mão
na cabeça deles e não fazem eles lidar com as responsabilidades, aí que
acreditam mesmo tudo ser possível.
Não tem volta, um acidente que
pode causar um estado vegetativo numa cama, perder um membro, matar alguém,
ficar com sequelas para vida toda ou causar sequelas em pessoas próximas ou
não, isso não tem como voltar atrás. A melhor forma de arrumar esse tipo de
situação é ter boa autoestima e aprender a tomar boas decisões. Decisões
erradas não tem remédio que cure.
Será que você entende que é muita
responsabilidade tudo o que você faz ou deixa de fazer? Será que você entende
que será cobrado pela sua consciência e pela sociedade dependendo dos seus
erros? Será que você sabe o que é mais importante na sua vida? Será que você
sabe avaliar o que é mais importante e conciliar com seus gostos e vontades?
Na busca por evitar o sofrimento
dos filhos, os pais usam de superproteção. Querendo controlar tudo, cada passo,
para que o filho não rale o joelho, aí é que está o problema, o filho acaba não
passando pelo processo, da dor do joelho ralado e não aprende a se proteger de
si mesmo, não caindo em lugares que vão machucá-lo.
Ao invés de ensinar o filho a ser
livre no mundo e saber lidar com as questões da vida, prendem em casa dentro de
uma redoma. Os pais sem perceber criam um filho “inocente”, um filho que não
sabe a ideia de que tudo na vida precisa passar pela régua do esforço e tempo.
Esses filhos crescem acreditando que tudo é muito simples sem esforço, e não
sabem lidar com as frustrações da vida. Quando recebem um “não” desistem fácil.
Quando ensinamos nossos filhos a
viver no mundo eles adquirem boa autoestima, segurança em si mesmo e aprendem a
passar pelos processos da vida. Como um pássaro que voa livre enfrentando as
adversidades da selva.
Muitas crises de ansiedade nascem
de justamente não saber viver sozinho, se proteger, se manter, cuidando de si
mesmo sem a ajuda 100% dos pais. Ser responsável pelos seus atos e assumir os
erros ainda é uma dificuldade grande de filhos que foram criados numa redoma.
“Um pássaro que repousa numa
árvore nunca teme que o galho quebre, porque a sua confiança não é no galho,
mas nas suas próprias asas.”
Tudo que é novo e diferente pode
gerar medo ou ansiedade, toda vez que enfrentamos as novidades do dia a dia
sozinhos e aprendemos a lidar com elas vamos nos fortalecendo. Quando temos
alguém fazendo isso por nós, deixamos de aprender e a vida e se torna
complicadíssima de viver. Tornamos dependentes dos nossos pais, ou seja, “aleijados”.
Aprender a viver sem depender dos
outros é fundamental para uma autoestima saudável. Reconhecer suas qualidades,
erros, defeitos, vitorias e apropriar-se de quem você é, faz toda a diferença
na sua autoconfiança.
Achou este texto útil, clique
abaixo em curtir ou compartilhe com suas amigas.
Silvana Souza de Sá é Psicóloga
Clínica|Sexóloga
CRP 06/90506
www.sissageller.com.br / @sissagellerpsi
Atendimento Presencial em São
Miguel/Tatuapé-SP e Online
(11)98577-9580